quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ponto de Vista

        Está chegando o Natal e com ele o brilho, a magia, a mágica dos pisca-piscas, acessórios e luminárias diferenciadas. Em todo canto, nas árvores, janelas, sacadas e afins onde é cabível a decoração luminosa, eis aí uma festa para os olhos.
        Visualizando os edifícios. Gente! Quanta variedade! Luzes, luzezinhas de todas as cores, do todo tipo, para todo gosto, freneticamente brilhando, ofuscando, num acende e apaga sem fim.
         Têm pressa, andam realmente na velocidade da luz. Que velocidade! Os olhos acompanham? Pergunte a eles!
          Dentro deste contexto fica evidenciado o gosto, a preferência de cada expositor das luzezinhas. Aqui, é aquela quantidade frenética ou simplesmente luzezinhas, luzezinhas quietas, decorativas, ornamentais. Ali, só presentes, quase paradas. Ali, outras multicoloridas, elétricas mesmo! Parecem dançar lambada ou outros ritmos dançantes de maiores movimentos. Acolá, um tipo discreto, mas vistoso também.
          A personalidade do dono(a) do ponto de luz exposto é notório.  É  democracia do gosto que não é palatável, é desejável possuir.
         Olhe as luzezinhas aí, gente! Chega mais! Vem!

Sorrindo no Blog 1


O Bebum

O Reverendo fazia o sermão sobre o sofrimento de Jesus Cristo, dizia: - Prenderam-no e o bebun falava:
- É pouco.
Açoitaram-no e o bebum repetia:
- É pouco.
- Derrubaram-no e bebum dizia:
- É pouco.
Puseram-lhe uma coroa de espinhos e o bebum dizia:
- É pouco.
O Reverendo meio incomodado chamou o bebum dizendo-lhe: - Que é isso homem, por que você fala isso cada vez que eu citei o martírio de Jesus Cristo?
O bebum responde: - Ele casou? Não.
- Ele casou? Não casou...
- Ele não casou...
- Não casou!

domingo, 20 de novembro de 2011

Tudo a ver

A figura é enigmática. Seu nome é Brilhante. Saía por aí sem rumo, ficava ao léu todo zen.
Via coisas. Segundo ele, eram coisas, coisas e coisas que não acabavam mais. Eram riscos desconectados, grafites, tudo preto, fiapos, gravetos de lenha, bolinhas coloridas, tufinhos de cabelos voando e bichinhos miudinhos.
Tinha um vaqueiro guerreiro, veloz, ligeiro, valente, em seu cavalo possante, correndo, correndo, recorrendo, tentando alcançar um touro brabo que fugia endiabrado, rodando, tudo ocorria no espaço acima de seus olhos e da cabeça. Era um filme corriqueiro, ia e vinha... Era um passeio visual, mental.
Aguardara com grande expectativa o tão esperado dia 11/11/11...
Providenciou uma roupa maneira. Na camisa ele desenhara um olho grandão, tamanho família e ordenou: - Vigília total fique bem aberto. Vê lá meu! Nada pode escapar sob pena de ir ao oftalmologista e de lá direto ao IML como indigente. Lá será sua morada até o mundo acabar. Fui claro?
Exatamente, 11/11/11 às 11h11min Brilhante paramentou-se e saiu por aí. A partir deste momento foi tudo beleza inserida no conjunto de 11 dentro dessa harmonia.
A partir daí passou a ver tudo “dis costas”. – É, via tudo, nitidamente, em dose dupla frente X verso. Passou a cultuar o 11/11 associando a evolução visual que tivera influenciado pelo   que tinha desenhado na costa da blusa.
No próximo 11/11 lançarei mais sementes, pensou. BIs!
BIruta, eu? Eh, eh, eh, eh! Cá, cá, cá, cá!
Eu sou é Biônico. Na moral.

Enfoque Ecológico

      Incluem-se os animais... Os animais...
      O carnaval dos animais.
      A alegria da biodiversidade.
      Que viva o planeta... O mundo.
      Que viva a vida!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Sombra

Sombra paralela
Rente ao chão em vielas
Lá na frente, vai
Ela!
Não dobra a vida,
O corpo,
A mente
Não demente
É companheira
Leve e ligeira
Sempre num vai e vem
Junto ao corpo que tem
Feliz é o corpo
Que tem uma sombra,
Um ombro,
Dois ombros
O corpo e a sombra
São inseparáveis,
Incomparáveis
O corpo palpável,
A sombra impalpável
Jamais se encontram
Frente a frente
O corpo projeta a sombra
Ombreados, ladeados
Seguem inseparáveis, lacrados
A sombra é do corpo
Pra sempre colados.

O Reverso da Medalha

Tentara de toda maneira reconquistar a amada arredia, arisca, intransigente, grosseira e desagradável. Não, não e não era a resposta por certo. Namoro de criança que se estendera à vida adulta e por motivo trivial foi por água abaixo arrastando o penúltimo... O último fio de esperança que se escondia nas entranhas do músculo cardíaco do tristonho Biriba.
Trabalhava, intensamente, qual burro carregando carga, ora do descanso carregava pedras... Mutilado pelo cansaço físico e torturado pela saudade dela a eterna musa que o desprezava em palavras e gestos.
Ele mergulhava fundo no sonho que o acompanhava desde criança. O sonho de ser campeão. Quando a noite descia em seu negro manto lá vai Biriba estrada a fora correr, correr e correr. Seu biótipo era quase só pele e osso: pernas longas, pele morena, quando encharcado de suor parecia ter tomado um banho de café.
A poeira vermelha do chão batido pisoteado, abusado, lambuzado de idas e vindas praticadas por seres vivos e virtuais, de todo o tipo que nele pisara desde sempre envolvia o corpo esguio, atlético do Biriba que sentia como o manto da esperança que envolvia seu corpo, a alma e os pensamentos manto este superficial, descartável por hora uma vez que sairia com água e sabão, mas o sabor da vitória era permanente. Assim, ele trilhava o caminho da maratona que só a imaginação corre, percorre e recorre. Ele via-se e revia-se no topo do pódium. E corria, corria, corria cronometrando o tempo mental e físico.
O tênis surrado que já fora branco agora, era uma miscigenação de poeira, suor marcas do tempo mais parecia um trapo velho, deformado do que um pisante, mas era o que ele tinha seu companheiro de pisadas fortes, firmes, confortável, amaciado pelo uso, pelo tempo, sem tempo cronometrado. E tome treino, treino, treino, correr, correr e correr.
Fisicamente, inteiro, por dentro mutilado pela saudade, o desprezo, a solidão dela. Não comentava, sem palavras, lamúrias com dores e sem amores ele conduzia um saco virtual de desgraças pessoais impostas por este sentimento sem proporção maior do que a distância, do que o sorriso, maior do que tudo. Ele emendava: - O amor que a gente troca com alguém na vida não acaba nunca, nem que passe mil anos.
E lá vai Biriba pela estrada de terra e pedras em busca do sonho do pódium. E o pódium seria o trampolim, o alcance, o arrebatamento de trazer a sua deusa pra junto de si, vitória compartilhada.
Neste frenético vaivém na tarde vindoura igual às outras, sem graça vezes beirando a desgraça da perda sentia o temor, o odor, o ardor, a impotência física. Em pensamentos, ele desejou por um instante afundar-se no espaço, num buraco ou depressão sob o solo que pisava a ter que desistir dos sonhos.
Chorou. Pensamentos desordenados, vista turva, o suor banhava-lhe, intensamente, cada centímetro quadrado do corpo. Buscou equilíbrio, o corpo não obedeceu projetou-se no chão foi o encontro do corpo com o chão que lhe servira de leito... Derradeiro. Desamparado, inerte, sem vida, corpo de bruços, olhos abertos que tudo fitava e nada mais via.
A morte ceifou-lhe a vida, os sonhos, a incessante busca. Juntou, acumulou, misturou busca e sonhos, a somatória foi levada a tiracolo do lado do coração para um lugar não sabido e incerto. A sina, a saga é intransferível! O presente da vida é permanentemente presente.
Aí, o estoque de lágrimas secou. Os olhos secaram. Biriba não chora mais.